OMS divulga novas estatísticas mundiais de saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou o conjunto mais recente de Estatísticas Mundiais de Saúde referentes a 2020, primeiro ano da pandemia de COVID-19, que levou a cerca de 4,5 milhões de mortes. As estatísticas revelam até que ponto a pandemia vem afetando os sistemas de saúde em todo o mundo, em alguns casos restringindo severamente o acesso a serviços essenciais. Essas interrupções provavelmente atrasarão o progresso global tanto na expectativa de vida quanto na expectativa de vida saudável nos primeiros 20 anos do século. A expectativa de vida global ao nascer aumentou de 66,8 anos em 2000 para 73,3 anos em 2019, e a expectativa de vida saudável aumentou de 58,3 anos para 63,7 anos. Isso se deve, em grande parte, aos ganhos em saúde materno-infantil e aos grandes investimentos e melhorias em programas de doenças transmissíveis, como HIV, tuberculose e malária.
Publicado na ONU Brasil
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou seu mais recente conjunto abrangente de Estatísticas Mundiais de Saúde referentes a 2020, primeiro ano da pandemia de COVID-19, que levou a um excesso de mortes estimado em 4,5 milhões.
As estatísticas revelam até que ponto a pandemia vem afetando os sistemas de saúde em todo o mundo, em alguns casos restringindo severamente o acesso a serviços essenciais. Essas interrupções provavelmente atrasarão o progresso global tanto na expectativa de vida quanto na expectativa de vida saudável nos primeiros 20 anos do século.
A expectativa de vida global ao nascer aumentou de 66,8 anos em 2000 para 73,3 anos em 2019, e a expectativa de vida saudável aumentou de 58,3 anos para 63,7 anos. Isso se deve, em grande parte, aos ganhos em saúde materno-infantil e aos grandes investimentos e melhorias em programas de doenças transmissíveis, como HIV, tuberculose e malária. No entanto, os dados de 2020 mostram como as interrupções nos serviços contribuíram para um aumento nas mortes por tuberculose e malária entre 2019 e 2020.
Antes da pandemia, também havia tendências mundiais encorajadoras na redução do atraso no crescimento infantil, consumo de álcool e uso de tabaco, bem como no aumento do acesso à água potável gerenciada de forma segura, saneamento/sistemas de esgoto gerenciados de forma segura, higiene básica, combustíveis limpos e tecnologias para cozinhar.
Esses avanços foram parcialmente sustentados por uma duplicação dos gastos globais em saúde entre 2000 e 2019, atingindo 9,8% do produto interno bruto global. Mas aproximadamente 80% desses gastos ocorreram em países de alta renda, sendo a maior parte (cerca de 70%) proveniente de orçamentos governamentais. Nos países de baixa renda, o pagamento do próprio bolso foi a principal fonte dos gastos com saúde (44%), seguido por ajuda externa (29%).
Embora a cobertura dos serviços tenha melhorado nos últimos 20 anos, os gastos em saúde pioraram. Com a atual recessão econômica mundial e os sistemas de saúde lutando para continuar oferecendo serviços de saúde, a pandemia de COVID-19 provavelmente interromperá o progresso feito na cobertura de serviços e piorará ainda mais a proteção financeira globalmente. Isso ocorre porque algumas pessoas não conseguem acessar os cuidados por não poderem pagar do próprio bolso. Além disso, entre as pessoas que procuram e obtêm serviços, há um risco maior de enfrentar dificuldades financeiras por causa dos gastos diretos com saúde do que antes da pandemia.
Ao mesmo tempo, uma falha crônica em reconhecer o papel central da atenção primária à saúde e financiar adequadamente elementos-chave, como a força de trabalho em saúde, desacelerou a eficácia da resposta à COVID-19 e desencadeou interrupções nos cuidados de rotina que ameaçam comprometer ainda mais a capacidade dos países de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para a saúde até 2030.