O Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz) reuniu, em 26/06/19, representantes das principais sociedades oncológicas do país para definir uma parceria com vistas a identificar o futuro das tecnologias de diagnóstico e tratamento do câncer nas próximas décadas. O objetivo é construir cenários sobre as possibilidades de incorporação de tecnologias na área de oncologia no Brasil.

Estiveram representadas oito entidades, que participaram de uma oficina, sob a coordenação do ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão e do médico e professor Luiz Antonio Santini, pesquisadores do Centro, na qual foram discutidos procedimentos de formalização da cooperação e estratégias para coleta, tratamento, análise e publicação dos dados a serem obtidos com a aplicação de um instrumento de pesquisa envolvendo todos os associados. A pesquisa buscará detectar entre os profissionais que estão na ponta, atendendo pacientes no SUS e no setor privado como veem as tecnologias do futuro voltadas à doença e que barreiras de acesso a diagnóstico e tratamento identificam.

O ponto de partida do projeto é o estudo O futuro da atenção ao câncer (2017-2037), web survey de abrangência mundial realizada pelo CEE-Fiocruz, publicada em dezembro de 2018, com mais de mil respondentes, orientada pela abordagem de Technology Foresight. Os resultados dessa pesquisa apontaram nove tecnologias com grandes perspectivas de aplicação na atenção ao câncer no futuro, como as terapias celulares, vacinas, biópsia líquida, imagem molecular e ferramentas de edição gênica (alteração de genes específicos, para tratar e prevenir doenças).

A iniciativa integra uma proposta mais ampla do Centro, voltada à investigação do futuro do sistema de saúde, de modo a orientar a construção de políticas de saúde justas e sustentáveis a partir de pesquisas, análises e debates.

O câncer é, hoje, a principal causa de morte em mais de 600 cidades brasileiras, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta o mesmo cenário para as próximas décadas, em termos globais.