The British Medical Journal e ‘o futuro do maior sistema público de saúde do mundo’
Reportagem publicada na edição de 28/10/2022 do The British Medical Journal (BMJ), sobre as eleições presidenciais no Brasil e seu impacto no futuro do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, na floresta amazônica e na democracia, traz entrevista com o coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz), Carlos Gadelha. Assinada por Luke Taylor, a reportagem apresenta o Centro como think tank da Fiocruz e destaca que o SUS, desde 1990, oferece assistência médica gratuita a mais de 200 milhões de brasileiros. De acordo com especialistas, aponta ainda o texto, “apesar das abordagens inovadoras lideradas pela comunidade e da dedicação de sua equipe, os cortes orçamentários tornaram o sistema frágil”.
Gadelha lembra, na reportagem, que “o Brasil é o maior sistema universal do mundo em termos de cobertura populacional e também o sistema universal com o menor financiamento público do mundo”. Ele observa que o país gasta, hoje, cerca de 4% de seu Produto Interno Bruto em saúde, contra cerca de 9,5% referentes à média dos países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – organização intergovernamental que reúne 38 países. Em sua fala, Gadelha reafirma a necessidade de aumentar o investimento público em saúde no Brasil para 7% do PIB – percentual defendido no documento da Fiocruz à sociedade a aos candidatos à presidência da República, divulgado em agosto de 2022 –, de modo a garantir plenamente o direito à saúde previsto na Constituição.