Saúde da Família em risco e os efeitos nocivos à população, por Ligia Giovanella
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados pelo Ministério da Saúde, em 2008, com o objetivo de apoiar a consolidação da Atenção Primária no Brasil, ampliando as ofertas de saúde na rede de serviços, assim como a resolutividade, a abrangência e o alvo das ações. Os núcleos são compostos por equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada com as equipes de Saúde da Família (ESF), as equipes de atenção primária para populações específicas.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) possui, no mínimo, médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). Neste vídeo para o blog do CEE-Fiocruz, a pesquisadora da Ensp Ligia Giovanella, coordenadora da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde, comenta a nota técnica 3/2020 divulgada pelo Ministério em de janeiro de 2020.
Provavelmente muitos profissionais dos NASFs serão demitidos e isso terá efeitos nocivos para a atenção à saúde da população
A nota modifica o financiamento da atenção básica e confirma a extinção da prioridade para a Estratégia Saúde da Família e os NASFs. A possivel extinção dos NASFs também foi abordada pelo Cebes e pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV).
Para Ligia Giovanella o novo modelo pode trazer consequências para saúde da população. “Provavelmente muitos profissionais dos NASFs serão demitidos e isso terá efeitos nocivos para a atenção à saúde da população”, avalia. “A nota informa que os gestores municipais terão maior autonomia para compor suas equipes, mas como ter autonomia com a redução de financiamento da nova política?, indaga.
Assista ao vídeo abaixo.