Na 17ª CNS, trabalhadoras e trabalhadores relatam impactos da precarização no trabalho
Publicado no Informe Ensp/Fiocruz
No primeiro dia da 17ª Conferência Nacional de Saúde (2/7), a oficina O Mundo do Trabalho em Saúde: o impacto da precarização como fator de sofrimento dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde, proposta pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e pelo Centro de Estudos Estratégicos Antônio Ivo de Carvalho (CEE-Fiocruz), reuniu gestores e gestoras, trabalhadoras e trabalhadores da saúde e a população usuária do SUS para debater os efeitos da precarização na vida e nas relações trabalho. As falas destacaram a fragilidade das relações, a instabilidade dos vínculos e a condição de invisibilidade de um contingente essencial para o sistema de saúde.
A sessão foi coordenada pela pesquisadora Maria Helena Machado, da Ensp, e pelo vice-presidente do Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) e conselheiro nacional de saúde, Paulo Garrido. A atividade, que é um produto das pesquisas sobre as “Condições de Trabalho e Saúde Mental dos Profissionais e Trabalhadores Invisíveis da Saúde no Contexto da Pandemia”, reuniu mais de 100 participantes na manhã de domingo e foi conduzida por Renato Penha de Oliveira Santos, doutorando em Sociologia no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, em Portugal e membro dos grupos da pesquisa da ENSP.
Uma segunda etapa da oficina foi realizada nesta terça-feira, dia 4/7, às 17h, com o debate O mundo do trabalho em saúde: condições de trabalho, biossegurança, adoecimento e saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde.
“Temos um grupo muito especial aqui, formado por pessoas que estudam, trabalham, executam e reivindicam direitos no mundo do trabalho em saúde. Isso é muito interessante e demonstra que é possível fazer pesquisa próximo àqueles que deveriam ter, de fato, o produto desses estudos em suas mãos”, observou Maria Helena Machado.
A abertura teve a participação da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, que expôs sua emoção em participar da abertura e reforçou a importância do fortalecimento do SUS e da saúde como direito de todos. Já o diretor da Ensp, Marco Menezes, apontou que os resultados das pesquisas sobre as Condições de Trabalho, que norteiam a atividade, trazem importante contribuição para a reconstrução de políticas públicas.
Membro do grupo de pesquisa e organizador da oficina, o advogado João Militão falou sobre os desafios e as possibilidades que o estudo trará para as categorias profissionais da área da saúde. Na sequência, o desembargador Jorge Luiz Souto Maior, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, compartilhou sua experiência diante da precarização do trabalho dana saúde, enquanto o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa, ressaltou o compromisso do atual governo com os trabalhadores e trabalhadoras da saúde. Além disso, enfatizou o novo momento do país considerando os princípios que orientam a política estabelecida pelo presidente Lula: a defesa do SUS, a valorização do trabalhador e o compromisso com os usuários.
Participação
O evento ainda contou com a participação de Gilvan Oliveira Pereira Júnior, representante dos sepultadores do estado de Sergipe, Alex Douglas, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Ambulância, Filomena Barros, presidente nacional da Associação Nacional dos Auxiliares e Técnicos em Odontologia (Anato) e diversos outros representantes de associações e sindicatos.
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